Júnior Barbosa
09/03/2023 14:47
Com a expectativa de brigar no rol das principais equipes do vôlei de praia brasileiro, Ágatha e Rebecca darão nesta semana os primeiros passos da nova dupla, formada em outubro do ano passado. A paranaense e a cearense estreiam nesta sexta-feira (10.03) no torneio TOP12 da etapa de Maringá (PR) do Circuito Brasileiro 2023.
A dupla foi idealizada antes do nascimento da Kahena, filha da vice-campeã olímpica Ágatha, com o objetivo a longo prazo da classificação olímpica para Paris 2024. Aos 39 anos, a atleta vive uma nova fase da vida e se mostra empolgada para encarar um novo desafio.
"Embora eu tenha treinado durante a gestação para não perder contato com a bola, não treinei em alta performance. Quando voltei, meu corpo estava muito abaixo do que eu era como atleta. Então, tenho de ter muita paciência nesta fase. Ao mesmo tempo, estou tranquila por notar o progresso no dia a dia. É uma superação. Estou vivendo um misto de felicidade e ansiedade. Vou dar tudo de mim. Tenho certeza de que a união e a alegria do nosso time vai fazer a diferença. Estamos muito felizes de jogarmos juntas", disse Ágatha, que não competia desde novembro de 2021.
A escolha do Rio de Janeiro como base foi estratégica. Rebecca, que treinava em Fortaleza (CE) e teve Talita como última parceira nas areias, se mudou para a capital fluminense com o objetivo de também ficar mais próxima da estrutura do Comitê Olímpico do Brasil (COB), que é um diferencial na preparação da equipe, e dos profissionais escolhidos a dedo para ajudar no processo de desenvolvimento da nova parceria.
"Estou muito feliz. Fui muito bem recebida no Rio e acho que me adaptei muito bem à cidade e ao time. Ainda estamos em evolução, mas tenho certeza que estamos no caminho certo de crescimento como um time. Temos muito pela frente, muita margem para crescer e para entender como cada uma funciona dentro de quadra. Mas já estava ansiosa para testar o time em quadra. Fizemos tudo que podíamos até aqui, cada uma na sua individualidade e no coletivo como dupla, então agora é hora de jogar e matar a saudade dessa adrenalina que é estar em quadra", afirmou Rebecca.
Um time novo, com duas jogadoras experientes e um staff acostumado a frequentar o mais alto nível da modalidade. A soma de fatores positivos motiva atletas e comissão técnica a darem tudo de si em busca da cobiçada vaga olímpica.
"Conseguimos montar a equipe com as pessoas que precisávamos, para que as meninas pudessem ter todo suporte possível. Hoje, a preocupação da Ágatha e da Rebecca é somente treinar. Nós nos preocupamos em cuidar de toda estrutura, seja ela médica, física, a parte operacional e a parte logística. E a gente acredita muito nisso, são profissionais com experiência no alto rendimento, conseguindo passar tranquilidade para elas. A conjunção disso com a experiência delas e o apoio do Time Brasil nos faz acreditar que temos condições de buscar uma vaga na Olimpíada de Paris, em 2024", afirma Renan Rippel, preparador físico e supervisor da dupla, que tem ao seu lado o técnico Marco Char.
"Nesses três meses de trabalho evoluímos bastante. O processo é longo, de muita adaptação, e acontece com todos os times que se juntam. Independentemente da qualidade dos atletas, é necessário esse tempo de ajuste, de detectar as dificuldades, mas estamos dentro do nosso planejamento e conscientes de que ainda não estamos 100% dentro da nossa capacidade física e técnica. Mas a expectativa mesmo assim é boa, a gente sabe que são duas atletas competitivas, com um histórico muito grande vitórias, então sabemos que vamos dar trabalho para todo mundo. A perspectiva é sempre de fazer o nosso melhor", avalia Char.
