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Nacional

Autor Júnior Barbosa Data 05/02/2024 08:35

CBV propõe mudanças na Superliga e reforça procedimentos contra racismo

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Foto: Divulgação

Por meio de comunicado à imprensa, a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) afirmou que não admite qualquer tipo de preconceito ou ato discriminatório, e entende que o esporte é uma ferramenta para propagação de valores como respeito, tolerância e igualdade. Diante dos fatos ocorridos em dois jogos Superliga B no último fim de semana, a CBV se reuniu com todos os envolvidos – atletas, técnicos e clubes – e encaminhou os casos aos STJD. Mas não restringiu a ação aos dois episódios. Nesta sexta-feira (2/2), apresentou aos 48 clubes que disputam as Superligas A e B e a representantes das 27 Federações Estaduais uma proposta de mudança nos regulamentos das competições, válida já para a atual temporada, que torna mais duras as penalizações para casos de atos discriminatórios em competições de voleibol. E reforçou os procedimentos que devem ser adotados por árbitros, delegados técnicos, atletas e clubes na ocorrência de tais casos.

 
“Atos discriminatórios de qualquer natureza são inadmissíveis no voleibol brasileiro. Em 2022, incluímos punição específica para esse tipo de atitude nos regulamentos das Superligas A e B. Agora, vamos tornar essa punição ainda mais severa, para inibir ações de discriminação e punir quem insistir nesse comportamento. Também reforçamos os procedimentos que devem ser adotados por árbitros, delegados, atletas e comissões técnicas que identificarem atos dessa natureza. É um trabalho constante e estaremos sempre atentos”, diz Radamés Lattari, presidente da CBV.
 
Casos de racismo na Superliga B
 
Na última semana, atletas do Tijuca Tênis Clube e o técnico do Natal América RN relataram terem sido vítimas de ataques racistas em dois jogos da Superliga. Desde que teve conhecimento dos casos, a CBV tomou as medidas cabíveis para que fossem analisados no âmbito esportivo e perante o poder público.
 
Já na segunda-feira, a CBV iniciou o envio ao STJD de informações e documentos de Curitiba Vôlei x Tijuca Tênis Clube. Na terça-feira, após receber posicionamentos oficiais das equipes envolvidas, fez o mesmo procedimento com o material da partida Saneago Goiás Vôlei x Natal América RN.
 
Representantes da CBV também realizaram reuniões – presenciais e remotas – com todos os clubes envolvidos.
 
A CBV reafirma que acompanhará os desdobramentos do caso e não medirá esforços para que os responsáveis sejam identificados e punidos.
 
Proposta de alteração nos regulamentos das Superligas A e B
 
Em 2022, a CBV incluiu nos regulamentos das Superligas A e B um item que previa a punição dos clubes em casos de atos discriminatórios realizados por seus torcedores, atletas, dirigentes e integrantes de comissões técnicas. Nesta sexta-feira, a CBV enviou aos 48 clubes que disputam as competições uma proposta que torna ainda mais duras as punições.
 
A infração por ação discriminatória passa a ser considerada gravíssima e pode receber sanções que incluem multa, perda de três pontos, suspensão, perda de mando e até eliminação da competição. As sanções precisam ser validadas pelo STJD.
 
Por determinação do regimento da CBV, as alterações no regulamento das competições precisam ser aprovadas por unanimidade pelos clubes participantes. Os 48 envolvidos nas Superligas A e B receberam o documento nesta sexta-feira e, na segunda-feira, será realizada uma reunião de aprovação.
 
Procedimentos para prevenir e combater atos discriminatórios em competições realizadas pela CBV
 
A CBV também distribuiu, nesta sexta-feira, um documento direcionado a árbitros, delegados, atletas e comissões técnicas, que padroniza os procedimentos que devem ser tomados para prevenir e combater atos discriminatórios durante partidas de competições organizadas pela Confederação.
Antes mesmo do início da partida, o clube mandante deve divulgar, em seu sistema de som, um alerta de que a prática de atos discriminatórios configura crime e que o torcedor que insistir na prática pode ser punido, assim como seu clube.
 
Durante a partida, ao identificar ou ser avisado sobre a prática de atos discriminatórios, o delegado técnico deve informar a equipe de arbitragem. O árbitro deve interromper imediatamente a partida e aguardar a presença de destacamento policial no interior do ginásio. Neste caso, um segundo aviso sonoro deverá ser veiculado, informando que, caso o ato continue, a partida será suspensa.
Se os avisos e a paralisação não surtirem efeito, a partida poderá ser suspensa e até mesmo cancelada.
 

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