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Autor Redação Data 27/07/2015 16:08

Entre sonho infinito e cantiga sem fim, imprensa argentina repercute o ouro no Pan

Imagem: capa do Caderno "Líbero", do jornal Página 12 Imagem: capa do Caderno "Líbero", do jornal Página 12

 

As vitórias do Vôlei Argentino sobre o Brasileiro não são muitas, mas duas delas são marcantes. Nas Olimpíadas de Seul 1988, a envelhecida Geração de Prata do Brasil perdeu no quinto set a disputa pela medalha de bronze para a Argentina de Daniel Castellani, Hugo Conte (o pai de Facundo), Raúl Quiroga (o tio de Rodrigo), Carlos Webber e Jon Uriarte (pai de Nicolás). Doze anos mais tarde, nas Olimpíadas de Sydney, a Argentina de Marcos Milikovic frustrou, nas quartas de final, o time que seria base da maior geração da história do vôlei brasileiro, com Dante, Giba, Nalbert, Gustavo, e remanescentes do ouro de Barcelona, como Mauricio, Tande e Giovane. É provável que, na memória do torcedor brasileiro, estas continuem sendo as derrotas para os vizinhos mais dolorosas entre todas. Contudo, não é o que pensa – ou o que prega – a imprensa de lá. Nas contas argentinas, as derrotas amargas (ou vitórias consagradoras, depende do ponto de vista) passaram a ser três.

 

Pelas capas dos cadernos de esportes e chamadas nos sites argentinos, a vitória do vôlei masculino no Pan de Toronto fez esquecer até a derrota da seleção feminina de Hóquei sobre a Grama – um dos grandes xodós do esporte olímpico argentino – e deixou em segundo plano as derrotas no Handebol masculino e feminino para o Brasil. A partida de Vôlei que encerrou os Jogos Pan-Americanos, no domingo, foi uma epopeia, um drama que, convertido em glória, se forjou eterno. “Que este sonho não termine nunca”, saúda o Diário Olé.

 

“Que sigam os abraços, as mãos bem acima, os bloqueios eternos e a comemoração do time depois de cada ponto”, prossegue. “E o Brasil, que com qualquer bola e em qualquer cancha segue sendo no eterno rival, (siga) chorando uma nova derrota”, arremata a publicação.

 

A festa teve direito a mensagem de Diego Maradona aos “soldados do General Julio Velasco”, como chamou o Olé. Pelo canal de televisão TyC Sports, o craque com os pés que fez um gol com la mano de Dios, mandou uma mensagem efusiva aos campeões.

 

“Transmita a todos os jogadores minha emoção, meu carinho e que faz muito tempo que não ganhamos nada com o futebol, mas essa medalha de ouro é como ganhar uma Copa do Mundo”, disse Maradona.

 

O título pan-americano foi duramente conquistado por um time titular sobre uma equipe que pode ser chamada de time B. Para comparar, nove jogadores que penduraram a medalha de ouro no pescoço estiveram no mundial da Polônia contra dois dos que restaram com a prata – justamente, os que frequentemente eram cortados das partidas daquele campeonato, Renan e Mauricio. Mas essa vantagem flagrante e a dificuldade do duelo foram esquecidas pelo Pibe, que concluiu que a Argentina “passou por cima” da Seleção Brasileira.

 

Na primeira fase em Toronto, o Brasil venceu a Argentina em sets diretos. Na final, teve boa margem para fechar a partida em quatro sets, mas desabou quando o confronto encaminhou-se para o desempate.

 

O resultado é que, previsivelmente, na trilha da capa do caderno esportivo do Página 12, quando brasileiros e argentinos duelarem no vôlei, a cantiga nas arquibancadas azuis e brancas será a mesma que irritou na Copa do Mundo de Futebol. E se ali o tema era um gol de Caniggia na esquecida Copa de 1990, agora, será a segunda medalha de ouro pan-americana na coleção argentina.

 

João Batista Jr.

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