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Autor Redação Data 21/07/2016 11:01

Entrevista: De malas prontas para Itália, Bruno Canuto abre o jogo ao Melhor do Vôlei

Crédito: Divulgação/Minas Tênis Clube Crédito: Divulgação/Minas Tênis Clube

 

Bruno Canuto, 26 anos, 1,96m, nascido no interior do Ceará e uma das gratas surpresas do voleibol brasileiro nos últimos anos. Destaque do Minas Tênis Clube nas temporadas 2014/15 e 2015/16, o ponteiro já recebeu o prêmio de melhor recepção por duas vezes na Superliga e possui um dos melhores fundos de quadra do cenário nacional. Pronto para enfrentar o primeiro desafio de representar um clube do exterior, o jogador conversou com o Melhor do Vôlei e abordou vários temas.

 

Na Superliga 2014/15, quando Canuto foi eleito o melhor passador pela segunda vez consecutiva, o Minas foi uma das sensações da competição e terminou na quarta colocação, com uma equipe formada basicamente por jovens talentos. Na temporada seguinte, os mineiros terminaram na sétima posição, mas o cearense seguiu se destacando. "Minhas últimas temporadas foram ótimas. Tive um crescimento considerável e amadureci em vários aspectos. Quando cheguei no primeiro ano, fui com uma responsabilidade muito grande, pois estava saindo de um clube inferior ao Minas e tinha ganhado o Prêmio de Melhor Recepção da Superliga. Mas me enturmei rápido com todos do time e consegui desempenhar uma boa temporada, vindo a faturar pela segunda vez o prêmio. A estrutura do clube, os atletas, a torcida e, principalmente, a excelente comissão técnica, ajudaram e muito para que tivéssemos bons resultados".

 

Na temporada 2016/17, o ponteiro irá para a Itália, representar o New Mater Volley. O clube da cidade de Castellana Grotte disputará a série A2 do Campeonato Italiano e conta com dois brasileiro (Djalma Moreira também fará parte da equipe), para tentar subir à divisão principal. "A minha ida para Itália foi movida por alguns motivos: tanto a busca por novos desafios, quanto pela falta de oportunidades no Brasil. A crise chegou ao vôlei nacional e, com isso, poucas propostas foram feitas. As que foram feitas, não eram como eu esperava. Então, meu agente (Rogerio Teruo) buscou novas oportunidades no exterior. Com isso, veio essa proposta de jogar na Itália. Sempre foi um sonho jogar fora e, especialmente, na Itália. Nessa nova fase, espero aprender um novo estilo de jogo, conhecer um novo ambiente e consequentemente vivenciar novas experiências", revelou.

 

No ano de 2015, aconteceu um momento que poderia ter sido muito especial para o jogador: a convocação para Seleção Brasileira. "Após as premiações na Superliga, veio a convocação para a Seleção de Novos. Achei que seria uma coisa e acabou sendo outra. Quando me ligaram para a convocação, pediram todos os meus dados, pois seria inscrito para jogar o Pan. Chegando em Saquarema, nos treinos, fui percebendo muita coisa. E depois do corte, fiquei meio sem entender".

 

O vôlei masculino do Brasil foi ao Pan de Toronto representado por uma Seleção de Novos, terminando com a medalha de prata, e Canuto era um dos nomes certos para defender as cores do país. O corte foi inesperado, mas o jogador já sentia uma estranheza no ambiente. "Já vinha percebendo durante os treinos que estava ficando de lado, mas nas estatísticas tinha os melhores desempenhos".

 

Após a situação desanimadora, Bruno foi chamado para defender o Brasil em amistosos contra a Argentina, mas novamente, outra desilusão. "Mesmo com o corte, me convidaram para jogar os amistosos no Nordeste. Não pensei duas vezes e aceitei o convite, pois estaria realizando mais um sonho: jogar pela seleção em casa. Chegando em Fortaleza, outra decepção: mal entrei para jogar. Fiquei chateado, pois vieram ônibus da minha cidade que fica 210km de Fortaleza, só para me prestigiar, além da festa que o público de Fortaleza fez. Todos ficaram indignados com o que fizeram. Aí chegaram para o técnico e perguntaram: Porque cortaram o Canuto? Porque não vão levá-lo para o Pan? E ele respondeu: porque ele não tem experiência internacional. Mas como vou ter experiência internacional se não me colocam para jogar? Apesar disso tudo, acredito que tudo tem um propósito. Tudo valeu a pena e foi uma experiência incrível", desabafou.

 

Superada mais essa dificuldade, Bruno Canuto agora só pensa em trabalhar e evoluir no próximo desafio de sua promissora carreira. "Estou com uma grande expectativa sobre a temporada na Itália e tenho certeza que me adaptarei rapidamente para somar, de alguma forma, ao time. Darei o meu melhor sempre! Junto com a equipe, iremos buscar o título da A2 e a vaga para A1", concluiu.

 

 

Daniel Rodrigues


 

 

 

 

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