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Autor Júnior Barbosa Data 21/09/2020 12:37

Fabiana Claudino: "Temos que ter muito cuidado com a censura"

Capa da notícia - Fabiana Claudino: "Temos que ter muito cuidado com a censura"
Bicampeã olímpica condenou utilização de termo racista no caso. (
Foto: Arquivo pessoal)


O "Fora Bolsonaro" que a atleta Carol Solberg disse em entrevista ao canal Sportv segue motivando discussões e posicionamentos, principalmente após a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) utilizar uma expressão racista para repudiar o protesto da atleta do vôlei de praia. Pelas redes sociais, a bicampeã olímpica Fabiana Claudino se posicionou  diante do caso.

"Difícil entender o que aconteceu. Vamos por partes. Primeiro, denegrir é uma palavra de cunho racista e JAMAIS deveria ser usado em qualquer situação. Estamos lutando dia após dia contra atos racistas, fazendo campanhas educativas e protestos, então seria ótimo repensar o uso de certos termos. Com isso já deixo a dica de além de denegrir não usem 'lista negra', 'mulata', 'mercado negro', 'a coisa tá preta', 'serviço de preto', entre outras mais."

Na mesma publicação, Fabiana também disse que é direto do atleta se manifestar. "Vivemos (ainda) em um país democrático, onde atletas ou qualquer ser humano pode expressar suas convicções, desde que elas não sejam ofensivas, criminosas ou que faltem com respeito. Temos que ter muito cuidado com a censura ou flerte com a volta dela, precisamos estar atentos aos nossos direitos enquanto cidadãos."

Se direcionando à CBV, a central também reforçou a luta antirracista. Eu como atleta preta, que muito conquistei e representei esse país em todo mundo, não posso me calar diante das coisas que vejo. Sempre vou apoiar a democracia, as liberdades individuais e especialmente todo apoio a causa contra o racismo estrutural e diário que ainda insistimos em conviver achando 'normal'."

O caso

Parceira de Talita, Carol conquistou no domingo (20) o bronze na etapa de Saquarema que promoveu o retorno da modalidade após um semestre de paralisações por conda da pandemia. Ao ser entrevistada pelo canal que transmitiu as finais, veio então a frase da jogadora. Horas depois, ao Olhar Olímpico (UOL), ela afirmou que não poderia ficar calada diante da omissão do governo federal, especialmente com relação às queimadas no pantanal e nas ações de combate ao coronavírus (Covid-19).

No mesmo dia, a CBV, em nota de repúdio encaminhada a imprensa, disse: "Aproveitamos ainda para demonstrar toda nossa tristeza e insatisfação, tendo em vista que essa primeira etapa do CBVP OPEN 2020/2021, considerada um marco no retorno das competições dos esportes olímpicos, por tamanha importância, não poderia ser manchada por um ato totalmente impensado praticado pela referida atleta.  Por fim, a CBV gostaria de destacar que tomará todas as medidas cabíveis para que fatos como esses, que denigrem a imagem do esporte, não voltem mais a ser praticados."

Hoje (21), outra nota de repúdio partiu da Comissão dos Atletas de Vôlei de Praia, presidida pelo ex-jogador Emanuel Rego, com a seguinte declaração: "lutaremos ao máximo para que este tipo de situação não aconteça novamente."

 

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