Opinião: China, entrosada, e Turquia, arrojada, fazem a final da VNL

A decisão da Liga das Nações Feminina, que acontece às 19h30, deste domingo (16), será inédita e entre dois times que nunca conquistaram esse título. China e Turquia prometem uma disputa acirrada na busca por esse resultado que será histórico à seleção que se sagrar campeã.

 

Quinto colocado na fase classificatória, o time chinês impôs uma vitória marcante na semifinal, ao derrotar a Polônia, uma das sensações do torneio, por 3 sets a 0. É inegável a qualidade das peças da equipe asiática que consegue unir com maestria velocidade nos ataques, volume de jogo e atletas altas e jovens. Após a participação decepcionante nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a China parece ter reencontrado o "caminho das pedras" e, mesmo sem as estrelas Zhu e Zhang, demonstra que os meses de treinamentos do grupo junto tem sido um diferencial para chegarem a essa decisão.

 

Já a Turquia, que terminou a etapa inicial no terceiro lugar, está encantando o mundo com um voleibol arrojado e extremamente ofensivo. Daniele Santarelli estreou no comando da seleção europeia levando-as pela primeira vez à uma grande final de nível internacional. Para chegar a esse marco, o time do italiano precisou bater as anfitriãs norte-americanas, em um acirrado duelo, por 3 sets a 1. O triunfo escancara que Santarelli sabe muito bem como jogar contra o forte time dos Estados Unidos. Na temporada anterior, comandando a Sérvia, o técnico já teve um excelente retrospecto contra as atuais campeãs olímpicas, eliminando-as na semifinal da VNL 2022 e do Mundial do mesmo ano.

 

Além de se mostrar um grande estudioso, Daniele não se omite testou praticamente todas as jogadoras a sua disposição no decorrer do torneio. As ponteiras se revezaram durante toda fase inicial e para a etapa final, o comandante também surpreendeu ao escalar a promissora levantadora Elif Sahin como titular, além de Karakurt, oposta de origem, como ponteira. Com um time alto e bastante ofensivo, liberado pela brilhante Melissa Vargas, a Turquia desponta como uma das equipes a ser batida nos próximos anos e que merece o reconhecimento pela ousadia e coragem de sua comissão. 

 

Creio que a Turquia tem mais time para faturar o título dessa edição da Liga das Nações, mas a falta de tradição e o peso desse possível resultado épico podem pesar contra as asiáticas (como quase aconteceu no final do confronto diante dos EUA), que estão mais acostumadas a participar de partidas desse tipo. No mais, vamos aguardar para prestigiar esse, que promete ser um show de voleibol na noite deste domingo!