Samara Coelho supera cirurgias e surpreende na volta às quadras

A ponteira Samara Coelho acaba de ter uma das principais conquistas na carreira. Depois de 455 dias e procedimentos delicados no joelho, ela retornou às quadras na Polônia, vestindo novamente a camisa do Radomka Radom. E essa volta já apresenta números positivos. Na última rodada da Tauron Liga, Samara foi a maior pontuadora (15 acertos) na vitória sobre o #VolleyWroclaw, de Regiane Bidias, por 3 a 0 (25/17, 25/19 e 25/18).

 

“Em julho de 2021, fui submetida a uma osteotomia de fêmur e outros procedimentos no joelho. Já em janeiro deste ano, fiz uma artroscopia, introduzindo células tronco. Tudo foi realizado em Belo Horizonte-MG, pelos médicos Rodrigo Vaz e Sérgio Campolina, que atuam no Minas e no Sada Cruzeiro. Eles foram sensacionais comigo e fizeram um trabalho impecável comigo. Há muito tempo, sofria com dores 24 horas por dia, sem dormir direito, não estava conseguindo atuar da melhor forma possível e muito menos levar uma vida normal fora das quadras. Passei a tomar muitos remédios, mas vi que não dava mais para continuar assim. O principal era melhorar a qualidade de vida, mesmo sabendo que as chances de voltar eram poucas, eu tinha muita certeza no meu coração de que daria tudo certo", disse.

 

Vencidas as primeiras etapas, Samara entrou no processo de recuperação. "Os últimos meses foram bem intensos. Quando achava que ficaria mais fácil, tudo era mais difícil e desafiador. No começo da reabilitação, a gente tinha muitas dúvidas e não sabia qual seria o resultado final. Mas tudo mudou quando eu pisei de novo nas quadras e comecei a me deslocar. Só batia a ansiedade por ver que eu ainda não poderia fazer tudo.”

 

Ficar sem jogar mais de um ano também gerou problemas na volta. “Tive contratura na panturrilha, inflamação nos ombros, dor nas costas. A cada semana, era uma coisa diferente. Foi cansativo, mas ao mesmo tempo tive pessoas maravilhosas ao meu lado e me apoiaram muito. Elas me fizeram acreditar que era possível e ficarão marcadas para sempre na minha vida. Nunca vou esquecer. Desde os doutores, até o Fernandinho (fisioterapeuta da seleção brasileira e do Barueri), o Daniel Kan, que me conhece desde os 14 anos”, acrescentou.

 

Barueri e Sportville

Com apoio da comissão técnica do Barueri, Samara foi evoluindo. “Os preparadores Caique Botelho, Zé Elias e Eduardo Mamola me ajudaram demais, em Sportville. Convivi com os meu primeiro treinador, o Serginho, além de Fábio Simplício, Hernane, Alexandre, Wagão. Eles chegavam até mais cedo para fazer um treino específico para mim. O próprio Zé (José Roberto Guimarães) e toda a família, em especial Carol (filha) e Alcione (esposa), sou eternamente grata por toda a estrutura que me disponibilizaram nesse período. Além de todos os profissionais, cada pessoa que passou por mim na fisioterapia... Desde as meninas da base do Barueri, o pessoal do tênis e as jogadoras do time adulto, que são minhas amigas e companheiras. Todos do Barueri e do Sportville me ajudaram demais!"

 

Família
"Voltar para casa depois de quase sete anos foi uma experiência única. Minha família e tantos amigos aguentaram meus choros e risos. Eles também me deram muita força e foram um dos meus pilares durante todo o processo."

 

A volta

“Eu já estava liberada pelos médicos e ainda precisava de um período de fisio e de alguns cuidados. A partir daí, meu empresário entrou no mercado. Tive algumas opções, incluindo a equipe que joguei antes da cirurgia, o Radomka Radom. Fui muito feliz aqui. Eles me conhecem e me viram antes da cirurgia. De longe, participaram da minha recuperação. O interesse em contar comigo surgiu porque operei em busca de uma melhor condição de vida. Aqui, me sinto segura para jogar com todos esses cuidados."

 

Expectativas

“Em primeiro lugar, é estar novamente em uma equipe e viver mais uma vez os sentimentos de um atleta. Quero colaborar ao máximo com o time e sei que eles farão o mesmo por mim. Me sinto em casa, assim como aconteceu pela primeira vez há dois anos. Fui novamente recebida com alegria e tenho a certeza de que fiz a escolha certa.” 

 

Biografia

Aos 30 anos, Samara joga fora do país desde 2016, quando vestiu a camisa do romeno Volei Alba Blaj. Depois, passou pelo Volero Zurich (Suíça), RC Cannes (França) e Bergamo (Itália), até desembarcar na Polônia. Antes, vestiu as camisas do Osasco, Macaé, Pinheiros e Minas.