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Nacional

Autor Júnior Barbosa Data 01/11/2022 08:49

Zé Roberto trabalha para fazer a diferença na vida de jovens atletas

Capa da notícia - Zé Roberto trabalha para fazer a diferença na vida de jovens atletas
Foto: João Feitosa/Ben'd Leve/Divulgação
José Roberto Guimarães tem quatro medalhas olímpicas, sendo três ouros. Seu nome é, invariavelmente, associado a vitórias. Esse é o técnico que o Brasil e o mundo conhecem. Contudo, existe um outro Zé Roberto. O Zé Roberto professor de educação física que prioriza a formação do indivíduo em detrimento ao atleta de alto rendimento. Esses dois personagens convivem em harmonia no trabalho de desenvolver o vôlei nacional, seja em grandes competições com a Seleção Brasileira, seja no trabalho de formação com o projeto desenvolvido em Barueri.
 
“Meus pais queriam que eu fosse médico ou engenheiro. E foi uma decepção em casa quando eu disse que iria fazer educação física. Minha mãe veio dizer que a remuneração era pequena e não havia reconhecimento. No que respondi: “A senhora vai ver que, no futuro, as pessoas entenderão a importância na melhora da saúde e qualidade de vida, na sociabilização”. Hoje, 40 anos depois, vejo que eu não estava tão enganado. Sou professor de alma. Gosto de ensinar. Dei aula em escola de pública, comecei em base de clubes, com meninas de 12 e 13 anos. E essa trajetória me levou ao comando da Seleção Brasileira. E, posso garantir, o caminho para o esporte nacional passa pela escola. Enquanto técnico, claro que a luta é por títulos. Enquanto professor, tudo o que queremos é um muito obrigado dos alunos e saber que fizemos a diferença nas suas vidas”, afirmou, durante a participação do Summit da Liga NESCAU, evento on-line destinado a educadores físicos e estudantes da área.
 
Após o vice-campeonato mundial, Zé Roberto traça planos para a temporada 2023. A primeira meta é garantir a vaga para a Olimpíada de Paris, em 2024. Depois, trabalhar por mais um pódio. De preferência, no degrau mais alto. “O que me move são os sonhos. Meu maior sonho de infância era vestir a camisa da seleção Brasileira em uma grande competição. E eu realizei, nos Jogos de Montreal. E sigo, com muita honra, servindo ao meu país e vamos fazer de tudo para seguir fazendo isso da melhor forma possível. Eu vou morrer um pouco quando deixar de fazer isso. Até lá, vamos seguir construindo mentes vencedoras e trabalhando muito, porque os jogos se ganham no treinamento. Sempre disse que alguém pode treinar como o Brasil, nunca mais que o Brasil. Temos uma nova geração de atletas talentosas e dedicadas e que precisa de tempo para evoluir. Estou confiante para os próximos Jogos Olímpicos”, comentou Zé Roberto.
 
Até Paris 2024, Zé Roberto garante que seguirá no propósito de dar sua contribuição na luta para ter uma educação melhor e, por meio dessa ferramenta, construir um Brasil melhor. “Esse é o caminho. Eu devo tudo a educação física. Me lembro, até hoje, os nomes de todos os meus professores. E procuro passar isso adiante no nosso projeto de formação. Eu não sei se aquelas meninas se tornarão atletas ou irão para a seleção, mas serão mulheres empoderadas e cidadãs conscientes de seus direitos, deveres e prontas para aproveitar as oportunidades que a vida lhes oferece”, disse José Roberto Guimarães, que reforçou. “Nossa profissão deve ser muito valorizada. Somos, muitas vezes, um segundo pai ou mãe. Estamos ao lado, incentivando, orientando, tentando dar o melhor conselho para seguir na vida.”
 
O tricampeão olímpico cita outro componente da educação física como relevante para a formação do caráter e personalidade dos jogos: o crescimento por meio do esforço. “Uma vida sem desafios não tem valor. Quando tudo vem de mão beijada, não tem o mesmo significado. Isso vale para todas as profissões. No caso de nós, professores, quando terminamos o dia e reconhecemos que colaboramos na vida de outras pessoas, é muito gratificante. E sei que os educadores físicos, assim como eu, fazem isso de coração. Por isso, agradeço a todos os mestres que me ensinaram e deram as oportunidades que tive na vida, como aos colegas que seguem passando esse legado da educação física de geração em geração”, completou.

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