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Autor Júnior Barbosa Data 27/03/2020 13:46

Nicola Negro avalia temporada do Itambé/Minas

Capa da notícia - Nicola Negro avalia temporada do Itambé/Minas

Foto: Orlando Bento/MTC


O técnico do Itambé/Minas, Nicola Negro, já está em sua residência, na cidade de Jesolo, na província de Veneza, na Itália, um dos países mais afetadas pela pandemia do novo coronavírus. De lá, o técnico minastenista fez um balanço geral da temporada 2019/20, lamentou a forma como a Superliga foi finalizada, mas destacou que a decisão foi a mais correta frente aos desdobramentos da doença que alastrou pelo mundo e chegou ao Brasil há um mês.

Na entrevista abaixo, concedida à Assessoria de Comunicação do Minas Tênis Clube, o treinador falou sobre a evolução da equipe Itambé/Minas durante a temporada, comemorou a conquista do Sul-americano e falou um pouco do que encontrou na cidade onde reside. Isolado e em casa, já que precisa esperar os 14 dias de quarentena para saber se tem algum dos sintomas da doença, Nicola contou como chegou à Itália e o que tem feito nos últimos dias.

Você chegou para substituir o seu compatriota Stefano Lavarini, que dirigiu a equipe que venceu tudo no Brasil na temporada 2018/19. Como você avalia o rendimento da equipe na temporada 19/20?

Foi uma temporada positiva por diferentes aspectos. Como você mesmo disse, começamos com muitas pessoas desconfiando do time, após a temporada histórica que foi a 2018/19, quando venceu tudo no Brasil. Mudou o técnico, trocou várias peças importantes do elenco e trouxemos algumas jogadoras. No início, tivemos dificuldades já que duas das principais jogadoras, Macrís e Léia, estiveram grande parte da pré-temporada com a seleção brasileira. Quando elas chegaram, já era tarde demais e o time foi crescendo e ganhando ritmo nos primeiros jogos oficiais, já que treinamos juntos muito pouco tempo.

Devido à grande experiência técnica das nossas jogadoras, como Thaisa, Carol Gattaz, Sheilla e a própria Léia isso foi resolvendo ao longo das disputas, mas, todavia, esse crescimento foi aos poucos e contínuo. Com o início da Superliga, viajamos muitos dias em sequência, por causa do Mundial, quando fizemos uma viagem e vários jogos em sequência. Pagamos por tudo isso, em janeiro. No início deste ano tivemos algumas dificuldades físicas e outras por casos normais, até porque não é possível ter o mesmo ritmo na temporada toda. Foi o único período que tivemos mais dificuldades, já que pegamos o Osasco e o Praia um intervalo de quatro dias. Depois, chegamos para a disputa da Copa Brasil, que foi a fase mais pesada e complicada. Estávamos com a transição da Rabadhzieva, que ainda não pode jogar a competição por causa de regulamento, e a Kasiely machucou e também não pode entrar em quadra. Mas também não vejo aquele resultado como negativo.

O mês de fevereiro foi o melhor momento da nossa equipe. Conquistamos o terceiro título do Campeonato Sul-americano seguido para o Itambé/Minas e vamos disputar o Campeonato Mundial mais uma vez. Mais que isso, preciso destacar a forma como a equipe venceu a competição. O time mostrou muita força de resistência, muito entrosamento e determinação. Foi espetacular!

Depois, demos sequência à Superliga e terminamos a primeira fase com 57 pontos, mesmo número que o Sesc-RJ e um ponto atrás do Praia. Numericamente, isso foi muito positivo. Devo destacar que no segundo turno da Superliga conquistamos 30 pontos em 33 possíveis. Perdemos para o Sesc-RJ, que foi um jogo fora da curva.

Infelizmente, a nossa temporada termina aqui!

Como você acha que o time entraria para a disputa dos play-offs? Seria possível defender o título?

É muito frustrante (terminar assim), porque o time estava muito motivado e confiante. Eu, pessoalmente, acredito muito que poderíamos defender o título. A nossa comissão técnica e as meninas também acreditavam muito nisso. É claro que a situação no Brasil e no mundo obrigou ser dessa maneira. É lamentável, mas, agora, é nos prevenir e esperar a próxima temporada.

Você chegou no domingo em seu país. Como foi a sua entrada aí?

É um momento muito difícil para todo o mundo. Aqui na Itália, está muito complicado e polêmico se as medidas adotadas foram boas. Acredito que temos que confiar no trabalho dos médicos e nos agentes de segurança sanitária. Temos que respeitar os pedidos para tentar parar esse vírus. Limitar a liberdade das pessoas não é fácil, mas é a única maneira, neste momento, para tentar para este vírus.

Como foi a sua saída de Belo Horizonte, no último sábado?

Relativamente tranquila. Diferente do normal, claro. Mas o meu voo foi regular. Sai de Belo Horizonte no sábado (21/3), cheguei em Veneza no domingo (22/3), à tarde, e vim direto para a minha casa, em Jesolo. Estou na minha residência, respeitando o último decreto do governo italiano, que diz que todo viajante que volta à Itália tem que ficar 14 dias em isolamento. E espero que eu não sinta nenhum dos sintomas. Neste momento, aqui, tudo está fechado, parece uma cidade fantasma. Qualquer movimento está limitado a apenas ao seu município e ninguém pode sair de sua municipalidade. O que nos resta e esperar e ficarmos atentos. Dediquei os primeiros dias a deixar a minha casa arrumada, a lavar algumas roupas e, agora, por exemplo (quando respondia às perguntas por WhatsApp), estou revendo alguns jogos e vou passar os próximos dias estudando.

Por fim, qual recado você deixa para a torcida minastenista?

Primeiro agradeço a todos pelo apoio durante temporada. Infelizmente, ela (temporada) não terminou como a gente gostaria, mas fomos obrigados a parar. Agradeço, de coração, a todos torcedores, sócios e funcionários do Minas que sempre nos ajudou e apoiou. Agora, estamos em um período muito mais importante que qualquer jogo e peço que todos fique em suas casas para não acontecer o que acontece na Europa. Vocês podem ajudar a acabar com isso. Força para todos nós e espero rever todos em breve.

 

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